Câncer de estômago


  • O que é Câncer de estômago? 

Também conhecido como câncer gástrico, os tumores do estômago aparecem em terceiro lugar na incidência entre homens e em quinto entre as mulheres. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA) são diagnosticados mais de 20 mil novos casos de câncer gástrico por ano.
  • O que aumenta o risco?

Excesso de peso e obesidade.

Consumo de álcool.

Consumo excessivo de sal, alimentos salgados ou conservados no sal.

Tabagismo.

Ingestão de água proveniente de poços com alta concentração de nitrato.

Doenças pré-existentes, como anemia perniciosa, lesões pré-cancerosas (como gastrite atrófica e metaplasia intestinal) e infecções pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori).

Combinação de tabagismo com bebidas alcoólicas ou com cirurgia anterior do estômago

Exposição ocupacional à radiação ionizante, como raios X e gama, em indústrias ou em instituições médicas.

Exposição de trabalhadores rurais a uma série de compostos químicos, em especial agrotóxicos.

Exposição ocupacional, na produção da borracha, a vários compostos químicos, muitos classificados como reconhecidamente cancerígenos, como benzeno, óleos minerais, produtos de alcatrão de hulha, compostos de zinco e uma série de pigmentos.

Ter parentes de primeiro grau com câncer de estômago.
  •  Como prevenir?

Para prevenir o câncer de estômago é fundamental seguir dieta balanceada, composta de vegetais crus, frutas cítricas e alimentos ricos em fibras, desde a infância. Ácido ascórbico (vitamina C) e betacaroteno (precursor da vitamina A), encontrados em frutas e verduras frescas, agem como protetores contra o câncer de estômago, porque evitam que os nitritos (conservantes encontrados em alimentos industrializados) se transformem em nitrosaminas. 

Além disso, é importante o combate ao tabagismo e a diminuição da ingestão de bebidas alcoólicas.

Alimentação pobre em carnes e peixes e nas vitaminas A e C, ou ainda alto consumo de alimentos defumados, enlatados, com corantes ou conservados em sal são fatores de risco para esse tipo de câncer. 

Em algumas regiões brasileiras, onde os alimentos não são mantidos em geladeira e a sua conservação é ruim, o número de casos de câncer de estômago aumenta significativamente. Ingestão de água proveniente de poços com alta concentração de nitrato está relacionada à maior incidência de tumores gástricos.

Algumas doenças pré-existentes podem ter forte associação com esse tipo de tumor, como anemia perniciosa, lesões pré-cancerosas (como gastrite atrófica e metaplasia intestinal), e infecções pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori). 

Presente nos alimentos e na água potável, a H. pylori é considerada a segunda mais freqüente, só superada pelas bactérias da cárie. Estima-se que ela habite o estômago de cerca de 70% da população no Brasil, porém somente indivíduos predispostos geneticamente, ou seja, que tenham nascido com um receptor no estômago capaz de hospedar a bactéria, são afetados.

O tratamento por meio de antimicrobianos contra a bactéria é efetivo em 95% dos casos. A H. pylori também predomina nas regiões onde o nível socioeconômico é mais baixo. Onde causa gastrite crônica, que, sem tratamento evolui para gastrite atrófica e atrofia gástrica. Uma lesão pré-cancerosa, no entanto, leva aproximadamente 20 anos para evoluir e se tornar um câncer.

Fumantes que ingerem bebidas alcoólicas ou que já tenham sido submetidas a operações no estômago têm maior probabilidade de desenvolver esse tipo de câncer, assim como pessoas com parentes que foram diagnosticados com câncer de estômago.

  •  Sinais e sintomas

Não há sintomas específicos do câncer de estômago. Porém, alguns sinais, como perda de peso e de apetite, fadiga, sensação de estômago cheio, vômitos, náuseas e desconforto abdominal persistente podem indicar tanto uma doença benigna (úlcera, gastrite, etc.) como um tumor de estômago. Durante o exame físico, o paciente com câncer pode sentir dor no momento em que o estômago é palpado.

Sangramentos gástricos são incomuns no câncer de estômago, entretanto, o vômito com sangue ocorre em cerca de 10% a 15% dos casos. Também pode surgir sangue nas fezes, fezes escurecidas, pastosas e com odor muito forte (indicativo de sangue digerido).
Massa palpável na parte superior do abdômen, aumento do tamanho do fígado e presença de íngua na área inferior esquerda do pescoço e nódulos ao redor do umbigo indicam estágio avançado da doença.

  • Diagnóstico

O diagnóstico tem inicio com o levantamento do histórico clinico do paciente, que inclui os sintomas apresentados, fatores de risco, histórico familiar e outras condições clínicas, e com exame físico completo, com uma avaliação da região abdominal. Se os sinais e sintomas indicaram a presença de câncer de estômago, serão solicitados outros exames para confirmação da doença. 

Os principais exames para detecção de câncer gástrico são a endoscopia digestiva alta e a radiografia contrastada do estômago. O método mais eficiente é a endoscopia, que possibilita obter imagens da lesão, realizar biópsias e fazer avaliação citológica dos tecidos. Na radiografia contrastada, os raios-x delineiam o interior do estômago, evidenciando áreas anormais ou tumores. Quando se constata a existência de um tumor, pode ser realizada uma ultrassonografia endoscópica, para avaliar o comprometimento da parede gástrica e a propagação das células cancerosas para órgãos próximos e nódulos linfáticos. 

  • Tratamento 

Após o diagnóstico e estadiamento do câncer, o médico discutirá com as pacientes opções tratamento. A escolha do tratamento dependerá muito do estadiamento da doença no momento do diagnóstico, além de outros fatores como a idade do paciente, o tipo de tumor, as chances de cura da doença, o estado geral de saúde, circunstancias individuais e outras considerações pessoais da paciente. 

Os principais tipos de tratamento para o câncer de estômago são cirurgia, quimioterapia, terapia alvo e quimioterapia. Em muitos casos, uma combinação desses tratamentos pode ser utilizada. 

Em função das opções de tratamento definidas para cada paciente, a equipe médica deverá ser formada por especialistas, como gastroenterologista, oncologista, cirurgião e radioterapeuta. Mas, muitos outros profissionais poderão estar envolvidos durante o tratamento, como, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, assistentes sociais e psicólogos.

Por Carneiro E. K. S; Vieira M. N.


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