COMO OCORRE O SURGIMENTO E O DESENVOLVIMENTO DO CÂNCER NA GESTAÇÃO E NA INFÂNCIA?


Para que você entenda como ocorre o processo do câncer infantil, precisa antes de tudo entender o que é o câncer como um todo. Segundo INCA (Instituto nacional do câncer) determina que ‘’Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo. Outras características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes, conhecida como metástase. ’’
Sendo assim, ao nos aprofundarmos e compararmos o câncer adulto com o câncer infantil percebe-se que são de características próprias e bem diferentes, onde no adulto tem como influência dois fatores que são: fatores ambientas ou hereditário, já na criança é de origem hereditária, e manifestada na fase embrionária. Segundo o ministério da educação são diferentes histologicamente em cada indivíduo. O câncer infantil tem origem primaria quando está em formação dentro do útero, ao ser fecundado, o bebê adquire 46 genes que forma suas características genética, sendo 23 da mãe e 23 do pai, porém, quando há presença de células cancerígenas esses genes são multados.
 Diante disso, para que o câncer entre em desenvolvimento, a mutação deve atingir os 2 genes do par para que seja inoperante em suas funções , a partir disso, inicia-se o processo de divisão celular desenfreada atingindo os órgãos .Essa modificação ocorre nas células, para que elas funcionem adequadamente basta que não haja a mutação nos genes, as células tem função de se dividir e tem tempo determinado para sua morte, que chamamos de apoptose (morte da célula programa), quando essa célula é multada pelos carcinógenos, começa a crescer rapidamente e é totalmente invasiva ao organismo. Segundo o, ministério de saúde o câncer infantil tem maior probabilidade de cura por responder melhor a quimioterapia.
Além disso, em todos os casos já estudados no Brasil, o câncer infantil é uns dos mais agressivos, porem possui uma chance de cura superior a 70%.
Então, diante do que foi exposto acima, pode-se concluir que o câncer infantil é hereditário, uma cópia defeituosa do gene foi perpetuando de geração em geração, mas foi manifestada ainda na gestação.

  • QUAL É A PREVENÇÃO?

O câncer pediátrico, é uma doença que não possui prevenção. Mas como assim não existe prevenção? Não há nenhuma maneira cientificamente comprovada de prevenir o câncer na infância já que é hereditário, mas, apesar disso possui tratamento para o mesmo que pode atenuar de forma eficaz. Como foi dito as possibilidades de cura são maiores do que em adultos por serem de origens diferentes.
Para um diagnóstico precoce, cabe a mãe buscar ao engravidar percebe se já houveram casos de câncer na família, caso surja anormalidades na ultrassonografia ou sintomas na infância, deve relatar para obstetra ou pediatra que são responsáveis pelo acompanhamento da sua gestação ou da criança.
Em algumas crianças os sinais ou sintomas podem ser confundidos com doenças comuns, porem por mais que você, mãe ou pai deduza que não há necessidade de ir ao médico, nunca deixe de ir, pois é necessário o acompanhamento de qualquer criança, e quando os sintomas são persistentes na criança o cuidado deve ser maior.
Sintomas que precisam ser observados são:

       A PERDA DE PESO;
       PALIDEZ INEXPLICADA;
       MANCHAS ROCHAS, SANGRAMENTOS PELO CORPO SEM MACHUCADOS;
       VOMITOS ACOMPANHADOS DE DOR DE CABEÇA;
       CRESCIMENTO DOS OLHOS;
       CAROÇOS EM QUALQUER PARTE DO CORPO;
       DORES NOS OSSOS E NAS JUNTAS COM OU SEM INCHAÇO;
       FEBRES PROLONGADAS DE CAUSA INDETERMINADA.

Ao enxergar esses sintomas, vale apena ficar em alerta, principalmente quando já houve casos de câncer na família, mas mesmo se não houver, é necessário levar a criança para uma consulta.  

  • QUAIS OS TIPOS DE CANCÊR MAIS COMUNS NA INFÂNCIA?


  1. Leucemias aguda (que afeta os glóbulos brancos), o diagnóstico é dado através do hemograma (exame de sangue).
SINTOMAS:
       Palidez cutâneo-mucosa.
       Fadiga.
       Irritabilidade.
       Sangramentos anormais, sem causa definida.
       Febre.
       Dor óssea, articular, generalizada.


  1. Linfomas (que atinge os gânglios)
SINTOMAS:
       Aumento dos linfonodos
       Calafrios
       Perda de peso
       Fadiga
       Inchaço no abdômen
       Pressão e dor no peito
       Falta de ar ou tosse
       Suor noturno

  1. Sistema nervoso central (tumores que tem origem no celebro e medula espinhal)
SINTOMAS:
       Vômitos e cefaleia.
       Alteração do humor.
       Alteração de comportamento.
       Alteração da marcha e coordenação
       Redução do aproveitamento escolar.
       Papiledema.
       Convulsões.
       Sinais e sintomas inespecíficos de hipertensão intracraniana (HIC).
       Estrabismo.
       Macrocefalia.
       Paralisia de nervos cranianos.

  • COMO A TECNOLOGIA PODE INFLUENCIAR NO TRATAMENTO DO CÂNCER NA INFÂNCIA? 
    No brasil os tratamentos para o câncer infantil são:
       Quimioterapia: medicamentos por via oral ou endovenosa, que vão bloquear a proliferação da célula;
       Cirurgia oncológica: retirada do tumor;
       Radioterapia: radiação que destrói as células do câncer.
A Radioterapia necessita de aparelhos de alta tecnologia para realizar a sua função de destruir a área afetada pelas células cancerígenas através de radiações ionizantes. O acelerador linear é o dispositivo utilizado dentro do serviço de radioterapia, que vai emitir essa radiação, direcionando para a área que se deseja tratar. O atendimento para esse procedimento é individual, e dura em média 15 minutos por pessoa.
O Hospital Ophir Loyola, em Belém do Pará, é o principal centro de tratamento do câncer no estado, neste hospital a radioterapia opera com:
       Aceleradores lineares: têm a capacidade de combater o tumor em profundidade, sem afetar as estruturas da pele do paciente e possuem um conjunto de multilâminas que vão proteger as áreas que não receberão as radiações.
       Simuladores: essa tecnologia permite fazer o planejamento total do tratamento do paciente em três dimensões, planejamento este fundamental para o tratamento e que envolve a participação de diversos profissionais.
Os aparelhos não são fabricados no brasil, e são de alto custo, porém o tratamento é ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), gratuitamente.  De acordo com o Serviço Brasileiro de Radioterapia, o tratamento é feito na maioria das regiões brasileiras, e no Pará as unidades que contam com esse recurso são:
       Centro de Tratamento Oncológico (Belém – PA)
       Hospital Porto Dias – Radioterapia Ltda (Belém – PA)
       Hospital Ophir Loyola (Belém – PA)
       Hospital do Baixo Amazonas – Santarém (Santarém – PA)
       Hospital Saúde da Mulher – HSM (Belém – PA)

  • CÂNCER INFANTIL NO ÂMBITO FAMILIAR

 
            O câncer infantil, quando diagnosticado causa grande impacto na família, que sofre não apenas por pensar na possibilidade de morte, mas com a nova realidade da mudança de rotina para a dedicação total a criança. Apesar disso, esse público é o que tem maior probabilidade de cura, se tratado adequadamente, 70% dos casos tem resultados positivos em seu tratamento, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer).
            São raros os casos de câncer infanto-juvenil (0 a 19 anos). Quando uma criança é diagnosticada com câncer, toda a família é tomada por sentimentos como o medo, ansiedade, preocupação e insegurança. Por outro lado, a circunstância gera na família laços de amizade, apoio, e incentivo, uns para com os outros.  Essa rede de apoio formada pelas famílias contribui para superar os obstáculos vivenciados no cotidiano da hospitalização da criança com câncer. E de certa forma, pode contribuir positivamente no tratamento do paciente.
            O(s) acompanhante(s) da criança com câncer, que na maioria dos casos é a mãe, tem importante papel no acompanhamento da saúde, pois consegue perceber alterações positivas ou negativas, está sempre atenta a sinais apresentados pela criança, e além disso, transmite confiança e calma para fazer procedimentos importantes.
Segundo Amador, et al. 2013, incluir o familiar no plano de cuidados implica proporcionar que os mesmos se sintam competentes para o cuidado, por meio do compartilhamento do conhecimento e das habilidades necessárias para a tomada de decisão. Esse direcionamento do cuidado promove o empoderamento da família e do cuidador que se percebe sujeito ativo e participativo no cuidado à criança.
          

  • COMO DEVEM SER OS CUIDADOS DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR NA DOENÇA? 

A família que tem uma criança diagnosticada com câncer, precisa receber um apoio multiprofissional, para encorajá-la durante todo o período de hospitalização e acompanhamento do paciente.
A equipe interdisciplinar, composta por profissionais das áreas de Medicina, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição, Odontologia, Fonoaudiologia, Serviço Social e Psicologia, vão trazer os cuidados necessários para a melhora do paciente, e levar informação mais detalhada, quadro de saúde, dos procedimentos realizados na criança, e dos resultados do tratamento, gerando assim, uma confiança e credibilidade maior por parte da família.
Medicina: Na equipe médica terá o cirurgião oncologista que vai realizar a cirurgia, o anestesista, e o oncologista que é o médico que fará o tratamento e acompanhamento do caso, ele irá apresentar os melhores caminhos para o tratamento e o definirá junto a família.
Enfermagem: Essa equipe irá contar com o enfermeiro especializado em oncologia e os técnicos, juntos irão levar os cuidados necessários ao paciente após a cirurgia.
Farmácia: o Farmacêutico irá não apenas medicar, mas irá elaborar, manipular e adequar a medicação de forma que atenda às necessidades do paciente.
Fisioterapia: o Fisioterapeuta ajuda a examinar, testar e tratar problemas físicos, utilizando de diversos recursos, como: exercícios, calor, frio ou outras terapias que restauram ou mantém a força, mobilidade e funções do corpo.
Nutrição: Uma alimentação saudável auxilia o sistema de defesa para combater os agentes cancerígenos, alivia sintomas decorrentes do tratamento e contribui para o bem-estar do físico paciente, por isso é importante que um nutricionista faça o acompanhamento do paciente junto aos demais profissionais.
Odontologia: o acompanhamento do dentista é muito importante, ele pode identificar possíveis focos de infecção.
Fonoaudiologia: Problemas como deglutição ou fala podem surgir na criança com câncer, o Fonoaudiólogo é especializado no tratamento desses pacientes.
Assistente Social: Profissional especializado em lidar com a parte social e emocional, ajudando no aconselhamento e orientação aos familiares durante o tratamento da doença.
Psicologia: É de extrema importância o acompanhamento do paciente e da família, pois o abalo emocional afeta a todos, portanto, precisam de acompanhamento, para trazer a eles a persistência e esperança da cura com o tratamento, e evitar agravamento do quadro por outras doenças como a depressão.

  • CONSIDERAÇÕES FINAIS


            O Câncer é ainda um tabu para a maioria das pessoas, o medo da morte e a mudança total da rotina são os primeiros impactos causados nos indivíduos que recebem o diagnóstico. Mas, os números dos casos de cura do câncer na infância têm aumentado ao longo do tempo, pois devido ser mais invasivo, a capacidade de eliminar as células cancerígenas e parar seu desenvolvimento é maior, e assim o seu tratamento tem melhores resultados. É importante o acompanhamento dos profissionais da saúde desde o momento em que dá o diagnóstico, até o momento em que o tratamento é finalizado. Estar sempre atento aos sintomas é necessário, porque são facilmente confundidos com outros problemas no dia a dia.

Por: Nascimento E. M.; Santos E. S
  • REFERÊNCIAS


Amador, et al. 2013. Scielo- Repercussões do câncer infantil para o cuidador familiar: revisão integrativa. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672013000200017>. Acesso em: 29 de abril de 2019.
Brasil. Ministério da Saúde, 2017. Protocolo de diagnóstico precoce do câncer pediátrico. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_diagnostico_precoce_cancer_pediatrico.pdf>.  Acesso em 04 de maio de 2019.
CANCER INFANTIL : Diagnóstico Precoce é Fundamental para aumentar as chances de cura. Disponível em: < https://www.accamargo.org.br/noticias/cancer-infantil-diagnostico-precoce-e-fundamental-para-aumentar-chances-de-cura>.  Acesso em : 04 de maio de 2019.
Hospital Ophir Loyola. Radioterapia. Disponível em: < http://www.ophirloyola.pa.gov.br/content/radioterapia>. Acesso em: 03 de maio de 2019.
INCA. Disponível em: <https://www.inca.gov.br/o-que-e-cancer>. Acesso em : 04 de maio de 2019.
Oncoguia- Equipe Multidisciplinar para Tratamento do Câncer. Disponível em: <http://www.oncoguia.org.br/conteudo/equipe-multidisciplinar/8213/50/>. Acesso em: 29 de abril de 2019.
Instituto Nacional de Câncer (Brasil). Diagnóstico precoce do câncer na criança e no adolescente. Instituto Nacional de Câncer, Instituto Ronald McDonald. – 2. ed. rev. ampl. – Rio de Janeiro: Inca, 2011.

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